‘Drão’ foi escrita para mãe de Preta Gil; Conheça Sandra Gadelha, ex-mulher de Gilberto Gil

‘Drão’ foi escrita para mãe de Preta Gil; Conheça Sandra Gadelha, ex-mulher de Gilberto Gil

Redação Alô Alô Bahia

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Osmar Marrom Martins para o Correio

Divulgação

Publicado em 28/04/2025 às 09:33 / Leia em 5 minutos

Lançada em 1982, no disco “Um Banda Um”, a música “Drão” é um dos maiores sucessos de Gilberto Gil até hoje e praticamente não sai do repertório do artista. Mas, afinal, quem é “Drão” e por que a música toca tanta gente?

Sandra Gadelha

Gil escreveu essa canção quando estava se separando de Sandra Gadelha, sua terceira esposa e mãe de três de seus filhos: Pedro, que nasceu em Londres no ano de 1970 e morreu num acidente de carro, em 1990 no Rio de Janeiro; Maria, que hoje administra sua agenda de shows; e Preta, cantora e apresentadora que vem travando uma batalha contra um câncer de intestino.

Antes de Sandra, Gil foi casado com a saudosa Belina com quem teve duas filhas: Nara e Marilia Gil. Depois casou com Nana Caymmi, mas não tiveram filhos.

“A criação desta música apresentou altos graus de dificuldades, porque ela lidava com um assunto denso – o amor e o desamor, o rompimento, o final de um casamento; porque era uma canção para Sandra e para mim. ‘Como é que eu vou passar tantas coisas numa canção só?’, eu me perguntava”, escreveu Gil no livro “Todas as Letras”, lançado pela Companhia das Letras, em 2000.

Irmã de Dedé Veloso, então casada com Caetano, Sandra (que ganhou o apelido de Drão dado por Maria Bethânia) acompanhou Gil no exílio (de 1969 a 1972) e, durante muitos anos, viveram um grande amor até que veio a separação e Gil colocou na letra todo o seu sentimento. Antes, ela já tinha sido homenageada com a música Sandra, do álbum “Refavela” (1977), feita no tempo em que Gil teve de cumprir pena num sanatório em Florianópolis, onde foi preso por porte de maconha quando excursionava com o show Doces Bárbaros ao lado de Caetano Veloso, Maria Bethânia e a saudosa Gal Gosta, que era madrinha de Preta.

Em “Drão”, ele diz: “Drão, o amor da gente é como um grão/ Uma semente de ilusão/ Tem que morrer pra germinar/ Plantar nalgum lugar/ Ressuscitar no chão nossa semeadura/ Quem poderá fazer aquele amor morrer/ Nossa caminhadura”.

Eu tive o prazer de conhecer Drão antes mesmo de entrar na universidade para estudar Comunicação, quando fazia parte de uma turma que incluía amigos em comum, como Isabela Laranjeira e sua irmã Claudia, Jussara Silveira, Moisés e Pedro Santana, Bi Oliveira, Bebete Martins, Fábio Pestana, entre outros. Costumávamos frequentar a casa do casal, no Costa azul. Quando Gil viajava para fazer shows, a gente costumava passar na casa de Drão. Era muito divertido, e Gil chamava a gente de Jardim de Infância.

Sempre alegre e alto-astral, Drão era uma boa companhia. Não só em sua casa como nas praias do Porto da Barra, da Boca do Rio ou no Zanzibar de Ana Célia.

Mesmo depois que ela foi morar no Rio a gente mantinha contato quando chegava o verão. Assim foi passando o tempo, o Jardim de Infância ficou adulto, cada qual seguiu seu caminho e nossos encontros aconteciam quando tinha show em Salvador.

Eu não via Drão há um bom tempo, até que, em 24 de janeiro de 2017, recebi uma ligação de Flora Gil me convidando para ir conversar em sua casa sobre a transferência que ela faria do Camarote Expresso 2222 para o comando de Preta Gil, filha de Gil com Sandra Gadelha, a Drão. Tudo combinado, me dirigi à bela residência do casal Flora e Gilberto Gil, no Corredor da Vitória. Como faço de costume, cheguei cedo.

Na época, fiz uma matéria chamada “A melhor terça-feira do mundo”, falando desse encontro numa terça de verão. Enquanto a gente conversava, começou um movimento de gente chegando. Não me lembro pela ordem. Mas eram Ivete Sangalo e o marido, o nutricionista Daniel Cady; a cantora Márcia Castro; Ivanna Souto; a atriz Regina Casé e seu marido Estevão Ciavatta; Daniela Mercury e Malu Verçosa (Daniela estava usando um colete no pescoço devido a algum problema de coluna); e Gustavo Di Dalva, grande percussionista que já tocou com Gil e Asa de Águia, atualmente morando em Nova Iorque.

Além deles já estavam no apê Fafá Giordano, irmã de Flora e produtora da GeGe; Ana Célia, a maga dos quitutes do Zanzibar, encarregada dos deliciosos petiscos da noite e do jantar; e a querida Sandra Gadelha. Depois da conversa com Flora, eu fiquei um tempo com Drão e devoramos literalmente o patê de camarão seco com inhame. Uma iguaria dos deuses que você deve experimentar indo ao Zanzi, que fica no Santo Antônio Além do Carmo.

Drão não conhecia muita gente. Não foi do seu tempo quando morava na Bahia. Fiquei praticamente a noite inteira com ela, conversando e dando risada. Lembrando das histórias e das loucuras que a gente fazia. Uma noite agradabilíssima, com direito a muita música com Xanddy, Bimba e Gil mandando ver.

 

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