Um levantamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revelou que 40 das 41 creatinas analisadas no mercado brasileiro apresentam algum tipo de erro na rotulagem. O estudo foi divulgado nesta semana.
A análise foi feita com amostras coletadas entre o segundo semestre de 2024 em cinco estados, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo, e teve como foco três critérios: teor de creatina, presença de matérias estranhas e adequação da rotulagem.
Apenas uma marca, Creatine Monohydrate – 100% Pure, da Atlhetica Nutrition, fabricada pela ADS Laboratório Nutricional, foi aprovada em todos os testes. Todas as demais produtos apresentaram problemas de rótulo, e um deles teve resultado insatisfatório em relação ao teor de creatina, embora sem configurar infração sanitária. A marca desse produto ainda não foi divulgada, pois o caso está em apuração administrativa.
De acordo com a Anvisa, os principais erros de rotulagem envolvem informações enganosas, uso de alegações não autorizadas, dados nutricionais incompletos ou fora do padrão e ausência de informações obrigatórias, como frequência de consumo, número de porções e quantidades de açúcares.
Em relação à composição dos produtos, todos foram aprovados no teste que verifica a presença de matérias estranhas. Já quanto ao teor de creatina, que deve estar dentro de uma margem de 20% em relação ao valor declarado e respeitar o mínimo de 3.000 mg, apenas uma amostra teve resultado fora do padrão.
A agência avalia que os dados mostram uma possível melhoria na qualidade dos suplementos nos últimos dois anos, com ajustes feitos pelos fabricantes após estudos anteriores. Apesar das falhas nos rótulos, a Anvisa afirma que os resultados não indicam riscos à saúde que justifiquem ações imediatas de fiscalização. Os fabricantes serão notificados para corrigir as irregularidades.