O azeite de dendê pode até ser o grande protagonista das mesas baianas durante a Semana Santa, mas nem todo mundo se rende à tradicionalidade desse ingrediente tão marcante da culinária baiana. Seja por questões religiosas, restrições alimentares ou simples preferência, há quem escolha celebrar a Sexta-feira Santa com sabores mais leves, mas sem abrir mão da identidade e do afeto que a comida baiana proporciona.

Pensando nisso, o Alô Alô Bahia convidou três chefs de Salvador especialistas em culinária regional para montar sugestões de pratos saborosos e simbólicos para quem deseja viver a data com aquele tempero que aquece o coração, mesmo sem o famoso dendê.

Tereza Paim

Prato Sinfonia do Mar do restaurante Casa de Tereza (Foto: Reprodução/Instagram)

À frente dos restaurantes Casa de Tereza e Boteco da Tetê, no Rio Vermelho, a chef Tereza Paim aposta em frutos do mar como uma alternativa elegante e cheia de identidade para a Sexta-feira Santa. A sugestão para o feriado é a Sinfonia do Mar, prato já clássico no menu da chef, que combina polvo, camarão, peixe, siri, arroz de coco e farofa.

“Aqui no restaurante temos muitas alternativas para quem busca pratos sem necessariamente ter dendê como destaque. Temos o Sinfonia do Mar, com Polvo, camarão, peixe, siri, arroz de coco e farofa, o Camarão no molho da mangaba e arroz de coco verde e outros. Sou muito ligada ao mar e o Santo Menu para o período da quaresma traz esta identidade com clássicos à base de peixes e frutos do mar – com nossos frutos de bioma da caatinga, como a mangaba e o coco, tão nosso”, destaca Tereza.

Leila Carreiro

Peixe Frito do restaurante Dona Mariquita (Foto: Reprodução/Instagram)

A chef do restaurante Dona Mariquita, Leila Carreiro, traz o toque da tradição e da memória afetiva para o cardápio especial. Entre suas sugestões para a Sexta-feira Santa estão o bacalhau ao forno com batatas, peixe frito e arroz de coco. Mas para quem deseja ousar, ela indica uma frigideira de aratu (espécie de caranguejo comum em manguezais baianos) ou uma versão especial com repolho, camarão seco e coco.

“Antigamente, bacalhau era comida de pobre e era qualquer peixe salgado e servido na semana Santa com feijão doce, para compensar o sal e também arroz de coco. No Recôncavo, com a variedade de mariscos e peixes, a criatividade depende do que temos em abundância, e o aratu, assim como o siri e o caranguejo, é uma excelente opção de almoço em família”, diz Leila.

Nara Amaral

Feijoada de Marisco (Foto: reprodução)

Comandando o restaurante Di Janela, a chef Nara Amaral propõe um prato inusitado e versátil: a feijoada de marisco, que pode ser feita com ou sem dendê, e mantém seu sabor e diversidade de cores com os ingredientes do mar, feijão branco e leite de coco.

“A feijoada de marisco, a gente serve aqui no restaurante com dendê, só que a ela pode também ser feita sem o dendê, só com os temperos e com leite de coco. É um prato que fica bonito e rico. Rico por quê? Porque ele tem todos os ingredientes de mariscos, tem o feijão branco e pode ser com todos os temperos. Serve ele com arroz branco ou um arroz de coco e uma farofa branca. Fica muito bonito na mesa. E para acompanhar, uma salada de couve”, diz.