A rede hoteleira de Salvador registrou um crescimento na taxa de ocupação em fevereiro de 2025, atingindo 69,42%, um avanço em relação ao mesmo período do ano passado (64,93%). O resultado reflete a alta demanda turística impulsionada por festas populares, eventos culturais e a programação pré-Carnaval.

A diária média do mês foi de R$ 822,34, com os valores mais altos registrados nos últimos dias de fevereiro, coincidindo com o início oficial do Carnaval. Apesar do aumento na ocupação, o preço médio foi inferior ao de fevereiro de 2024 (R$ 923,67), quando todo o período carnavalesco ocorreu dentro do mês.

O fluxo turístico começou forte logo nos primeiros dias do mês, impulsionado pela Festa de Iemanjá. No primeiro sábado de fevereiro, véspera da celebração, a ocupação chegou a 86%. Outros eventos culturais e as folias pré-Carnaval também tiveram impacto positivo, especialmente nos fins de semana.

Os números são da Pesquisa Conjuntural de Desempenho (Taxinfo), realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Seção Bahia (ABIH-BA).

Diárias 11% mais altas

No Carnaval, a ocupação média dos hotéis de Salvador ficou em 79,37%, patamar semelhante ao de 2024 (79,59%) e 2023 (80,55%). No sábado e domingo, dias de maior movimentação, a taxa superou 86%, ligeiramente abaixo dos 88% registrados no mesmo período de 2024.

Os números variaram conforme a localização dos estabelecimentos. O eixo Barra-Ondina, onde se concentram os circuitos oficiais da festa, registrou a melhor performance, com ocupação média de 92,5% e picos acima de 95% nos dias de maior movimento (quinta, sábado e domingo). Os hotéis do Centro Histórico também tiveram bons resultados, com taxa média de 85,16% e superação dos 92% na sexta, sábado e domingo.

Nos bairros mais afastados dos circuitos, como Itapuã e Stella Maris, a ocupação ficou em 80%, alcançando 83% no sábado, domingo e segunda-feira. Já os hotéis voltados ao público corporativo, localizados na região da Pituba e Tancredo Neves, tiveram ocupação média de 61,46% durante o período.

A diária média do Carnaval cresceu 11,3% em relação a 2024, alcançando R$ 2.115,36, o que resultou em um aumento de 11% no RevPAR (receita por apartamento disponível). A variação de preço também dependeu da categoria dos estabelecimentos e da proximidade com os circuitos da festa.

Apesar da estabilidade nas taxas de ocupação nos últimos três anos, com médias em torno de 80% e picos entre 86% e 88% no fim de semana, os números ainda estão abaixo do período pré-pandemia. Em 2018, por exemplo, os hotéis chegaram a 90% de ocupação durante todo o Carnaval, com pico de 96% no sábado e domingo.

Wilson Spagnol, presidente da ABIH-BA, alerta para desafios do setor. “A concorrência desleal com a crescente oferta de imóveis para aluguel de curta duração e o fim da alta temporada exigem ações urgentes de promoção do destino Bahia. Vamos atuar nesse sentido durante o Bahia Week Show, de 17 a 23 de março”, pontua.