O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes retirou, nesta quarta-feira (19), o sigilo da delação premiada do tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. O acordo foi firmado em 2024 com a Polícia Federal e inclui informações sobre investigações que envolvem desde a tentativa de golpe de Estado até a suposta fraude nos cartões de vacinação.
Na mesma decisão, Moraes estabeleceu um prazo de 15 dias para que os 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na terça-feira (18) apresentem suas defesas por escrito. Com isso, os depoimentos de Cid devem ser divulgados ainda nesta quarta-feira, oferecendo um novo desdobramento para os casos investigados.
Moraes justificou a medida argumentando que, com a formalização da denúncia, não há mais razão para manter o sigilo das informações.
“Para garantia do contraditório e da ampla defesa […], não há mais necessidade da manutenção desse sigilo, devendo ser garantido aos denunciados e aos seus advogados total e amplo acesso a todos os termos da colaboração premiada”, destacou o ministro.
A delatação de Mauro Cid inclui detalhes sobre supostos crimes praticados por ele e por pessoas do seu entorno durante o governo Bolsonaro. Entre os temas investigados estão o esquema envolvendo joias trazidas da Arábia Saudita, as fraudes nos cartões de vacinação e os indícios de articulação para um golpe de Estado.
Caso as informações fornecidas pelo ex-ajudante de ordens sejam confirmadas pelas investigações, ele poderá receber benefícios judiciais, como redução de pena e cumprimento de eventuais condenações em regime aberto.