Ter a mediunidade aflorada não é necessariamente coisa do outro mundo. Tal habilidade, que se manifesta em alguns, pode ter uma base genética. É o que aponta um trabalho coordenado por Wagner Farid Gattaz, professor do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo). A umbanda e o espiritismo foram as principais fontes religiosas.
A análise comparou 54 médiuns com 53 de seus parentes próximos, sem habilidades mediúnicas, entre 2020 e 2021. Os médiuns foram selecionados com base em sua prática constante da mediunidade, sem cobrarem remuneração pelas consultas.
De acordo com os resultados, existem cerca de 16 mil variantes genéticas exclusivas dos médiuns, com possível impacto em 7.269 genes. Essas alterações podem influenciar as experiências esotéricas.
Para Gattaz, um dos achados mais interessantes é a ligação de algumas dessas variantes com o sistema imune e inflamatório. Ele também cita uma possível conexão com a glândula pineal, responsável por fazer a ponte entre o corpo e a mente. Contudo, o pesquisador pondera: a hipótese ainda precisa de confirmação experimental.