O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, trouxe à tona um encontro inusitado entre economia e arte ao relatar uma conversa que teve com o cantor e compositor baiano Caetano Veloso.
O bate-papo girou em torno de um tema aparentemente distante do universo musical: a comunicação do Banco Central com a população.
Durante um evento do Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças (IEPE/CdG) na quarta-feira (12), Galípolo compartilhou detalhes do diálogo com o artista baiano. “Esses dias, o Caetano, na genialidade dele, veio me perguntar sobre forward guidance e a redação da ata do Copom”, contou o presidente do BC, referindo-se às diretrizes futuras para a taxa de juros.
A conversa tomou um rumo interessante quando Veloso comparou a escolha das palavras nos documentos do Banco Central à construção de versos poéticos.
“Ele falou: ‘então é que nem fazer poesia?’. Eu respondi que tenho certeza de que as pessoas não leem as atas do Copom com o mesmo prazer que leem suas poesias. Mas há uma arte por trás da escolha das palavras”, disse Galípolo.
Caetano Veloso questiona Galípolo sobre as atas do Copom: ‘É que nem fazer poesia?’
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— Alô Alô Bahia (@AloAlo_Bahia) February 14, 2025
O desafio da comunicação do Banco Central não é novidade. Galípolo destacou que instituições financeiras ao redor do mundo buscam estratégias para tornar suas mensagens mais acessíveis ao público, utilizando redes sociais e até jingles para explicar suas decisões.
No centro do debate está a Selic, taxa básica de juros, atualmente fixada em 13,25% ao ano, após uma sequência de altas que geraram críticas, inclusive do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A falta de clareza na comunicação do Banco Central é frequentemente apontada como um dos fatores que dificultam o entendimento das políticas econômicas pela população.