Coração pulsante da negritude na capital baiana, o Curuzu terá a sua história homenageada na 44ª Noite da Beleza Negra. Com o tema “O Curuzu é o mundo: e a porta de entrada é a percussão”, o evento acontece neste sábado (15), a partir das 20h30, na Senzala do Barro Preto. No palco, acontecerão encontros musicais e performances históricas, além de uma homenagem emocionante a Ekedi Dete Lima, uma das fundadoras do Ilê Aiyê e estilista do bloco. Os ingressos custam a partir de R$ 100 podem ser adquiridos através da plataforma Ticket Maker.
Entre as atrações confirmadas da festa, estão as cantoras e compositoras baianas Rachel Reis e Larissa Luz, o Coletivo Afrobapho, a orquestra Aguidavi do Jêje, a atriz e cantora Denise Correia e as atrizes Cris Vianna e Jennifer Nascimento. Além, é claro, da anfitriã Band’Aiyê, sob regência dos maestros Mário Pam e Kehindê Boa Morte.
Um dos pontos altos da noite, a orquestra Aguidavi do Jêje interpretará a música “Xirê”, preparando a entrada da cantora Larissa Luz para narrar a história de resistência do Ilê Aiyê em meio a lutas raciais e sociais, exaltando a percussão como símbolo de liberdade e empoderamento, A liberdade de ser o que quiser será um grito entoado pelos integrantes do Afrobapho, coletivo formado por jovens negros LGBTQIA+ da periferia de Salvador. Em tom de protesto, o grupo vai denunciar as desigualdades raciais e sociais no Brasil, destacando a arte como resistência e resposta às opressões.
Em outra performance que promete ser memorável, as atrizes Cris Vianna e Jeniffer Nascimento levarão ao palco uma reflexão sobre a ancestralidade, os sonhos e a força das mulheres negras, homenageando figuras inspiradoras e reafirmando o poder da arte e da resistência. A apresentação teatral será embalada ao som da música Fé, da cantora Iza.
E para celebrar a nova Deusa do Ébano do Ilê Aiyê, que será eleita durante o evento, quem faz o show oficial da noite é a cantora e compositora baiana Rachel Reis. Disputam o título as candidatas Adriane, Camila, Caroline, Cecilia, Ivana, Isis, Lorena, Maria Victoria, Nayara, Rafaela, Stephanie, Tainã, Thuane, Wania e Yasmin.
Curuzu é o mundo
O presidente do Ilê Aiyê, Antônio Carlos Vovô, reforça a importância de fazer a festa todos anos no Curuzu porque movimenta a economia e valoriza o bairro. “O Curuzu é discriminado pelo preconceito e relacionado com a violência, mas não acontece nada disso. A comunidade fica muito feliz em receber um grande evento como este”.
Ele lembra que, antes de ter a sede, o Ilê fez a Noite da Beleza Negra em vários lugares, mas reforça que, hoje, a prioridade da diretoria do bloco é fazer na Senzala do Barro Preto. “Além da participação da comunidade, também vem muita gente que quer conhecer onde o Ilê nasceu, pisar no Curuzu e entender mais a nossa história”, defende.