O transporte rodoviário interestadual se destaca como a opção mais econômica para viagens de curtas e médias distâncias no Brasil, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati). A entidade calcula que tarifas rodoviárias podem custar até 90% menos que trechos aéreos equivalentes em trajetos de até 12 horas.
Um dos exemplos é a rota entre São Paulo e Rio de Janeiro, onde a viagem de ônibus oferece uma economia de 92%. Já entre o Rio e Vitória, o custo é 89% menor no modal rodoviário. No Nordeste, o trecho Natal-Fortaleza, de 525 km, apresenta uma diferença de 86%, percentual também registrado entre Curitiba e Caxias do Sul, no Sul do país.
Além da economia, o transporte rodoviário ganha destaque pela capilaridade e facilidade de acesso. “Os usuários de ônibus não dependem de deslocamentos até aeroportos, nem enfrentam longas esperas, podendo embarcar diretamente na cidade de origem e seguir para o destino em um mesmo veículo”, explica Letícia Pineschi, conselheira da Abrati, em entrevista ao PANROTAS.
O estudo que embasou a análise, encomendado pelo Ministério do Turismo, revela que transporte aéreo representa o maior custo para 22% dos viajantes brasileiros. A Abrati reforça que, em um país de dimensões continentais, os modais rodoviário e aéreo são complementares, mas o rodoviário oferece uma alternativa acessível, especialmente para regiões distantes dos grandes centros urbanos.
No Nordeste, por exemplo, o transporte rodoviário viveu um ano de crescimento recorde em 2023, registrando um aumento de 48% no número de passageiros, acima da média nacional de 42%, conforme dados da plataforma Quero Passagem. A Bahia liderou o avanço regional, com um impressionante incremento de 75%, seguida por Alagoas, que registrou alta de 60%.
“O fortalecimento do turismo interno é evidente, especialmente em estados como Bahia e Alagoas, que combinam atrativos turísticos diversificados e alternativas econômicas de transporte. O rodoviário, muitas vezes, oferece rapidez e praticidade que superam até mesmo viagens aéreas em determinadas rotas”, destacou Caio Thomaz, diretor-geral da Quero Passagem.
Cidades como Salvador e Fortaleza foram destaques no volume de passageiros, com a capital baiana consolidando-se como um dos destinos mais buscados do país. Além disso, Fortaleza alcançou o segundo lugar no ranking de destinos regionais, superando Recife.
A alta demanda foi impulsionada por turistas locais e visitantes de outras regiões, com picos de movimento entre os meses de junho a setembro e dezembro.