A BYD reforçou sua postura ética e seu compromisso com o Brasil ao anunciar uma série de medidas para corrigir problemas relacionados à construção de sua fábrica em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador.
A gigante no setor de tecnologia e mobilidade elétrica encerrou definitivamente o contrato com a construtora Jinjiang, após denúncias de trabalho escravo, e contratou uma nova empresa brasileira para realizar as adequações necessárias. O nome da nova construtora e o plano de ação serão divulgados em breve, segundo a empresa.
Para garantir que os problemas não se repitam, a BYD criou um Comitê de Compliance, dedicado ao acompanhamento das obras. O comitê, instituído oficialmente no dia 8 de janeiro, realizou uma segunda reunião na última quinta-feira (16), reunindo representantes da BYD, escritórios de advocacia, especialistas em direito trabalhista e segurança do trabalho, além de um consultor independente, para verificar as condições de trabalho, alimentação, segurança e moradia dos trabalhadores terceirizados.
O comitê também atua para implementar melhorias durante todas as etapas da construção do complexo fabril, garantindo o cumprimento rigoroso da legislação brasileira. Entre as ações já realizadas, destacam-se a rescisão do contrato com a construtora Jinjiang e retorno de todos os trabalhadores à China; a hospedagem de todos os trabalhadores estrangeiros em hotéis, enquanto novas moradias são selecionadas; e a adequação das refeições conforme as regras trabalhistas vigentes no Brasil.
Com mais de 14 anos de atuação no Brasil e um quadro de mais de 1.000 colaboradores, a BYD, em nota, reafirmou seu compromisso com a sustentabilidade e o desenvolvimento social. A empresa possui fábricas de chassis de ônibus e painéis solares em Campinas, no interior de São Paulo, e uma unidade de produção de baterias em Manaus.
A construção da fábrica em Camaçari segue em andamento, sujeita apenas a embargos parciais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Com um investimento total de R$ 5,5 bilhões, a fábrica na Bahia será uma das mais avançadas plantas de automóveis do país. Quando em pleno funcionamento, espera-se a geração de 20 mil vagas de emprego diretas e indiretas.