O mundo do cinema perdeu um de seus maiores visionários: David Lynch, diretor de obras icônicas como Cidade dos Sonhos (2002) e a icônica série Twin Peaks, faleceu nesta quarta-feira (16), aos 78 anos. Reconhecido por sua estética surreal e narrativa enigmática, Lynch recebeu quatro indicações ao Oscar ao longo de sua ilustre carreira.
A causa da morte não foi divulgada oficialmente, mas o cineasta revelou em 2024 que havia sido diagnosticado com enfisema pulmonar, uma condição que limitou sua presença nos sets de filmagem. Lynch, um fumante de longa data, reconhecia que a doença representava um desafio às suas atividades criativas.
Em uma nota publicada no Facebook, a família expressou sua dor:
“Há um grande vazio no mundo agora que ele não está mais conosco. Mas, como ele diria: ‘Fiquem de olho na rosquinha, e não no buraco’. Hoje é um dia lindo, com raios de sol dourados e céus todos azuis.”
Trajetória de um Ícone
Antes de se tornar uma lenda do cinema, Lynch flertou com a carreira de pintor, que chegou a estudar intensamente na juventude. Contudo, foi na realização de curtas-metragens que encontrou seu verdadeiro caminho.
O reconhecimento veio em 1977, com seu primeiro longa-metragem, Eraserhead. O filme independente, marcado por uma atmosfera perturbadora, tornou-se um clássico cult com o passar dos anos.
Três anos depois, Lynch ganhou destaque em Hollywood ao dirigir O Homem Elefante (1980), estrelado por John Hurt e Anthony Hopkins. A obra, baseada na história real de um homem com uma condição desfigurante, rendeu oito indicações ao Oscar, incluindo as categorias de Roteiro Adaptado e Direção.
O Legado de Lynch
Com um estilo inconfundível que mistura surrealismo, mistério e a exploração do inconsciente, Lynch influenciou gerações de cineastas e artistas. Obras como Veludo Azul (1986), Estrada Perdida (1997) e Inland Empire (2006) consolidaram sua reputação como um dos diretores mais singulares da história do cinema.