Instrumentos musicais do samba são reconhecidos como manifestações da cultura nacional

Instrumentos musicais do samba são reconhecidos como manifestações da cultura nacional

Redação Alô Alô Bahia

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Luana Veiga

Freepik

Publicado em 01/10/2024 às 08:28 / Leia em 2 minutos

Nove instrumentos musicais do samba, entre eles o pandeiro, o tam-tam, a cuíca e o tamborim, foram reconhecidos como manifestações da cultura nacional. A lei que oficializa a decisão foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (30). Integram ainda a lista o surdo, o rebolo, a frigideira, a timba e o repique de mão. Também estão reconhecidas como práticas e tradições culturais os modos de fazer os instrumentos musicais. De acordo com a lei, todos os instrumentos deverão ser denominados como manifestações da cultura nacional quando seguirem as práticas e tradições culturais a eles associadas em seus respectivos modos de produção. As formas e os modos de produção dos instrumentos musicais serão detalhados em decreto.

Mestra de percussão, a paulista Jackie Cunha sabe tocar esses instrumentos, com exceção da cuíca. Ela conta que começou aprender sobre os instrumentos ainda criança, levada pela mãe nas rodas de samba paulista. Aos sete anos, já tocava o primeiro pandeiro. Para a percussionista, o reconhecimento oficial dos instrumentos do samba deve ser celebrado, mesmo que tardio. “A importância é gigantesca. Você encontra surdo, caixa, tamborim e pandeiro em diversos ritmos, além do samba, por trazerem essa sonoridade, essa riqueza de detalhes, essa riqueza sonora”, disse.

O percussionista Glauber Marques é a terceira geração de cuiqueiros da família. Aprendeu com o avô batuqueiro a tocar o instrumento na Nenê de Vila Matilde, uma das mais tradicionais escolas de samba de São Paulo. “A alma do samba é o instrumento, o coração da batucada, a manifestação está no batuque, no som. Sem instrumento não tem samba. A cuíca, como dizia meu avô, é o instrumento mais malandro, ela chora e dá risada ao mesmo tempo”, conta.

De instrumento de samba, a mestra de bateria Rafa entende. Sob o seu comando, estão 172 ritmistas da escola de samba Imperatriz da Pauliceia. Em 2015, ela se tornou a primeira mulher no comando de uma bateria de escola de samba em São Paulo. Para Rafa, mesmo com afinações e andamentos melódicos diferentes, seja numa roda de samba, seja numa bateria de escola durante o carnaval, os instrumentos musicais dão corpo e alma ao samba.

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