Inovação e uma prática ambiental responsável definem o projeto elaborado pelos estudantes do Colégio Estadual de Boquira, no interior da Bahia. Eles desenvolveram a ração Nature, produzida a partir do caule do mamoeiro.
A produção da ração evita o descarte irregular dessa parte da planta e representa uma prática ambientalmente responsável. O produto foi desenvolvido pelos estudantes Helder Almeida e Daniel Conrado, com orientação da professora Cássia Fabiane Nascimento.
Conhecido cientificamente como Carica papaya L., a matéria-prima também é chamada de pseudocaule. Ela armazena nutrientes, água, é rica em fibras e contém a enzima papaína, eficaz na digestão animal. Além disso, apresenta substâncias bioativas com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e antivirais.
Benefícios
Helder conta que, durante os meses de experimentação, foi possível observar melhorias no desempenho das aves alimentadas com a nova ração. “Elas passaram a apresentar maior ganho de peso, crescimento saudável e aumento significativo na produção de ovos. Entre as galinhas caipiras, essa produção chegou a triplicar”, afirma.
Criadores e aves da região incorporaram, segundo a orientadora, a nova ração ao farelo de milho utilizado no dia a dia. Agricultores locais também participaram ativamente da pesquisa, acompanhando sua fase de testes. “Por ser um produto totalmente orgânico, sem aditivos químicos, de baixíssimo custo produtivo e que obedece aos requisitos de produção e consumo sustentável previstos no ODS (dizer o que é ODS) 13 – ação da ONU contra a mudança global do clima-, torna-se benéfico para os produtores rurais e, consequentemente, para o setor agrícola”, destaca Cássia.
De acordo com Helder Almeida, outros projetos na região já estão em desenvolvimento. “Mais 18 projetos de pesquisa com matéria-prima orgânica 100% natural estão em fase de conclusão, incluindo pomadas, pré-treinos, protetores solares, aplicativos, vinagres, desodorantes e rações naturais à base do reaproveitamento de cascas de frutas, legumes e verduras, como o ‘BioprotegePet’ e o ‘AppleCarrot’”, aponta o estudante, que, juntamente com seu grupo, conta com apoio da Secretaria da Educação (SEC).
