Projeto que oferece capelos acessíveis para cabelos afro pode virar lei em Salvador; entenda

Projeto que oferece capelos acessíveis para cabelos afro pode virar lei em Salvador; entenda

Redação Alô Alô Bahia

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Matheus Simoni | matheus.simoni@aloalobahia.com

Divulgação/Vult

Publicado em 02/05/2024 às 13:00 / Leia em 4 minutos

Idealizado por uma marca baiana, o projeto que oferta capelos para cabelos crespos e volumosos nas solenidades de formatura pode se tornar lei. A Câmara Municipal de Salvador analisa a proposta feita pela vereadora Marta Rodrigues (PT), que visa assegurar que as instituições de ensino da capital baiana façam uso de chapéus de formatura mais acessíveis na rede municipal de ensino. Esse é o mote da campanha #RespeitaMeuCapelo, desenvolvida pela marca baiana de moda Dendezeiro, em parceria com a agência GUT São Paulo e a Vult, da linha de beleza do Grupo Boticário. A iniciativa conta com o apoio das universidades Zumbi Dos Palmares e a Universidade Federal do Sul da Bahia, além de ser notícia no Alô Alô Bahia.

Segundo a vereadora, a expectativa é que o projeto ganhe apoio e seja ampliado para as escalas de esfera estadual e federal. “É preciso entender que estes acessórios são fabricados em larga escala num modelo tradicional sem contemplar a maioria populacional da nossa cidade e de nosso país, que é negra. Os capelos têm simbologia para os estudantes, pois fazem parte de um rito de passagem. É constrangedor saber que muitos jovens ficam com este acessório na mão, em um momento importante da vida, porque não foram feitos pensando neles”, afirma Marta Rodrigues.

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Divulgação/Dendezeiro

Como passo inclusivo importante na área de educação, a proposta tem o objetivo de colaborar no combate ao racismo à medida que ajuda a empoderar os estudantes da rede municipal que têm cabelos afro e que não se sentem representados pelo acessório tradicional, por encontrarem dificuldade de encaixá-los na cabeça. Salvador é a capital com maior população negra fora da África, somando 83,2% de indivíduos que se autodeclaram pretos ou pardos, de acordo com o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022.

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Exemplo de um dos modelos acessíveis (Foto: Divulgação)

Apesar do aumento de estudantes negros em universidades, 400% a mais nos últimos 17 anos, segundo o Centro de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade de Brasília (UnB), o capelo ainda não atende à diversidade de cabelos da população brasileira. O fato gera desconforto e ações nada inclusivas, como alisamento não voluntário dos cabelos, prender o chapéu com tiaras, colar o acessório na cabeça ou até mesmo desistir de usar o item.

“Em um mundo onde a representatividade é essencial, concebemos os capelos de solenidade para abraçar a riqueza da diversidade capilar. Celebramos as jornadas de sucesso e superação daqueles que concluem sua jornada acadêmica, marcando um momento de conquista e orgulho. Nossos capelos são emblemas de empoderamento, inclusão e a celebração da identidade. Estamos comprometidos em promover a igualdade e a representatividade em todos os aspectos da vida, começando por esse momento solene e significativo”, destaca Hisan Silva, CEO e Diretor Criativo da Dendezeiro.

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Divulgação/Vult

O projeto de lei já foi publicado no Diário Oficial da Câmara de Salvador e segue em tramitação até votação no plenário da Casa. Se aprovada pelos vereadores, a proposta seguirá para sanção ou veto do prefeito.

O movimento foi lançado neste mês com um um mini-documentário, com a participação da Professora Dra. Joana Angélica, primeira reitora negra de uma universidade no Brasil, e com ex-universitárias recriando suas fotos de formatura como deveriam ter acontecido – com capelos que atendem a diversidade dos cabelos das brasileiras. A campanha ganhou ampla cobertura midiática, gerando alcance orgânico de mais 7,7 milhões de pessoas, por meio da imprensa e das redes sociais.

Confira:

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