5 Jul 2023

Restauração de recifes na Baía de Todos-os-Santos utiliza plástico para aumentar crescimento de corais

Uma iniciativa de restauração de recifes na Baía de Todos-os-Santos conseguiu aumentar o crescimento de corais utilizando um tipo de plástico. Isso mesmo! O poliacetal, conhecido por sua resistência, fez o coral nativo Millepora alcicornis dobrar sua taxa de crescimento. 

O experimento utiliza o plástico para fixar sementeiras usadas no cultivo do coral nativo e potencializar o crescimento das espécimes. Elas foram instaladas em berçários no fundo do mar, na Ilha de Maré, em Salvador. Posteriormente, os corais foram transferidos para uma área de recifes, de 5 mil m², a cerca de 6 km da costa. 

“Testamos alguns tipos de plástico, como PVC, Nylon Polietileno e Poliacetal, mas este último trouxe o melhor retorno”, afirma o CEO da Carbono 14, José Roberto Caldas, conhecido como Zé Pescador.
 

O curioso é que o material base para a produção das sementeiras é o esqueleto do Coral-sol, espécie considerada invasora na região e que ameaça os corais. O uso é favorável devido à alta quantidade de cálcio presente no material. 

Os recifes da Baía de Todos-os-Santos teve a quantidade de corais reduzida em 50% desde 2003, de acordo com levantamento de pesquisadores da UFBA. Essenciais para a biodiversidade, esses ecossistemas abrigam pelo menos 25% das espécies marinhas, além de contribuírem para a atividade econômica e de subsistência das comunidades costeiras, de acordo com estudos da Rede Global de Monitoramento de Recifes de Coral (GCRMN).

O experimento foi feito projeto Corais de Maré, desenvolvido pela empresa Carbono 14, em parceria com a UFBA e o Instituto de Pesca Artesanal de Ilha de Maré, com patrocínio da Braskem.


Fotos: Divulgação/Projeto Corais de Maré

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