23 Sep 2023

'Porque é Primavera': confira dicas para curtir o verde de Salvador

José Mion

José Mion é jornalista, assessor de imprensa, apaixonado por Gastronomia e escreve para o Alô Alô Bahia.

A Primavera chegou à Bahia neste sábado (23) e segueaté 22 de dezembro, quando começa o tão aguardado Verão. É tempo, mais do que nunca, de calçar aquele sapato confortável e bater perna por Salvador, aproveitando as belezas da cidade, tantas vezes ignorada. 

Muito além do mar e da bela Baía de Todos os Santos, a capital baiana esconde - ou a gente que não procura? - diversas opções de áreas verdes e belos jardins, para curtir os dias amenos que a estação promete, mas nem sempre cumpre. Então, pega aquela garrafinha de água para se hidratar e, como sugestão, bota "Primavera", do pianista italiano Ludovico Einaudi, no fone de ouvido e bom passeio!
 

Nosso tour começa pelo Jardim Botânico de Salvador, na Avenida São Rafael, no bairro de São Marcos. Considerada uma importante área de estudo, manutenção e conservação da Mata Atlântica, o espaço possui cerca de 160 mil m² de área no miolo da cidade, como um oásis com cerca de 61 mil espécies vegetais. Praticamente um laboratório vivo, o parque ainda abriga espécies do Cerrado e da Caatinga. O local pode ser visitado de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
 

O Parque Joventino Silva, o famoso Parque da Cidade, dá sequência a nosso passeio. Entre os bairros da Santa Cruz e do Itaigara, o equipamento público foi amplamente revitalizado pela Prefeitura e apresenta espaços de convivência com variadas possibilidades de atividades, de esporte, lazer e cultura, sempre rodeado pela natureza. O parque foi inaugurado em 1975 e preserva um significativo remanescente de Mata Atlântica e restinga em uma área de 724 mil m². É o único local da cidade em que se pode encontrar espécies ornamentais e frutíferas, por conta da transição da Mata Atlântica para as dunas, como Oiti, Ipê e Pau-Brasil, assim como jaqueiras, mangueiras e sapotizeiros.
 

Com uma trilha de 14 km instalada no entorno da lagoa de Pituaçu, e em meio a muito verde, o Parque Metropolitano de Pituaçu é uma excelente opção para quem ama praticar exercícios. É possível alugar uma bicicleta no local para completar o circuito cheio de aventuras, curtir uma manhã de piquenique no extenso gramado, enquanto se contempla a beleza das obras de Mario Cravo espalhadas. O local está aberto ao público todos os dias, das 7h às 17h.
 

Discreto e tímido, atrás de um muro branco na Ladeira da Barra, o Cemitério Britânico de Salvador, mais conhecido como Cemitério dos Ingleses, tem uma bela vista para a Baía de Todos os Santos. Sua razão de existir, inicialmente, foi a diferença de religião na época. Ao chegarem no início do século 19, os imigrantes britânicos eram protestantes, da Igreja Anglicana, e construíram sua própria Capela. Para quem não se importa de passear por um cemitério, o jardim muito bem cuidado do local, tombado em 1993 pelo Governo da Bahia, é aberto à visitação pública. Basta tocar o sino do portão, de segunda a sexta, das 8h às 17h.
 

Ali pertinho, três museus trazem lindos espaços para sentar e ver o tempo passar e o cair de uma folha ou outra, sem pressa. É o caso do Museu de Arte Sacra, no 2 de Julho. O espaço, que também tem uma linda vista para a Baía de Todos os Santos, pode ser visitado de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, com entrada permitida até 17h30, com ingressos a R$10 (inteira) e R$5 (meia-entrada). Às terças, a entrada é gratuita. Instalado no antigo Convento de Santa Teresa, o museu tem um dos mais importantes acervos de Arte Sacra Cristã das Américas.
 

O Corredor da Vitória, por si só, já é uma extensão da Avenida Sete de Setembro conhecida pelas altas árvores, que lhe conferem uma beleza única no centro da cidade e uma caminhada agradável em meio ao concreto dos prédios mais caros de Salvador. Um deles, a Mansão Carlos Costa Pinto, dá nome também a um museu, onde estão expostas 12 coleções, entre esculturas, mobiliários, porcelanas, prataria, jóias e outros materiais datados a partir do século XVII, inclusive a maior coleção Jóias Crioulas do país. A entrada custa R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia), mas o belo jardim de entrada pode ser acessado gratuitamente, de segunda a domingo, das 14h30 às 18h, exceto terça-feira, quando fecha ao público para manutenção e trabalhos técnicos.
 

Outra deliciosa opção é o antigo Palacete das Artes, casarão no bairro da Graça que será reaberto à população, no próximo dia 29, como o novo Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC Bahia). O entorno do imóvel traz um agradável jardim, onde já foram expostas obras do escultor francês Auguste Rodin.

Fotos: Valter Pontes/SECOM (Jardim Botânico de Salvador), Amanda Oliveira (Parque da Cidade), Reprodução/TourB (Parque de Pituaçu e Museu de Arte Sacra), Sabrina Gledhill (Cemitério dos Ingleses), Fábio Marconi (Museu Carlos Costa Pinto) e Divulgação (antigo Palacete das Artes).

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