23 Feb 2023
Ministério Público pede que Polícia Civil investigue foliões do bloco As Muquiranas
O órgão também instaurou um procedimento próprio para apurar os fatos, e disse que aguarda a colaboração da vítima, para obter informações adicionais que auxiliem nas apurações e possível punição dos autores. Nas imagens que circulam pelas redes sociais é possível ver que a mulher foi atingida por jatos d'água e empurrada várias vezes. Ela fica encurralada em uma grande roda criada pelos foliões, até a chegada de agentes da Guarda Civil Municipal, que a acolhem.
Ao Alô Alô Bahia, uma outra vítima, que não quis se identificar, relatou a situação que viveu durante a passagem do bloco enquanto curtia o Carnaval no Campo Grande, acompanhada da irmã: “Reparei que quanto mais eu dançava, mais eles (as muquiranas) se achavam no direito de espirrar a pistola de água em mim. O que mais me incomodou foi quando miravam no nosso rosto com água gelada, e, por mais que eu pedisse para pararem, eles continuavam espirrando água no nosso corpo e rosto. Voltei encharcada, tive que me retirar várias vezes do lugar que eu queria ficar por isso. Muita falta de respeito, a gente se sente invadida e impotente, pois ficamos com medo de reclamar e piorar a situação".
Em nota, o bloco As Muquiranas informou que é contra qualquer tipo de violência, preconceito e assédio. Repudiou também qualquer tipo de atitude que evidencie essas práticas e prometeu providências.
As Muquiranas foi criado em 1965 e é o primeiro bloco de travestidos na história do Carnaval de Salvador. Formado apenas por homens, o bloco desfilou todos os dias no Circuito Osmar (Campo Grande). No sábado (18), estrearam com a banda Pagod’art; na segunda-feira (20), foram comandadas pela banda Psirico, e na terça (21), foram animadas pelo Parangolé. Os artistas até o momento não se pronunciaram.
Fotos: Reprodução/Redes Sociais. Também estamos no Instagram (@sitealoalobahia), Twitter (@Aloalo_Bahia) e Google Notícias.
