Show de humor de Whindersson Nunes será exibido pela Netflix. Vem saber!

Whindersson  Nunes vai desembarcar em Fortaleza, no Ceará, no dia 15 de dezembro para uma apresentação inédita do seu show de humor, que deve reunir cerca de 20 mil pessoas.  A apresentação contará com um palco 360º e será gravado pela Netflix, fazendo parte do catálogo da plataforma de streaming junto de uma série documental que vai acompanhar a turnê do humorista pelo mundo em 2019. Confira entrevista concedida à Revista Quem. 


Você já vendeu mais de 10 mil ingressos para o seu show em Fortaleza, que será gravado pela Netflix. Como tem lidado com esse tamanho do seu sucesso?

Sei que são fases, então dou o melhor que tenho. O melhor show, a melhor disposição, a melhor simpatia, porque a tendência de tudo é “pronto já deu, agora vamos ver outra pessoa que tenha mais graça”, daí vou ficando mais velho e me aquietando. Mas espero que o público que conquistei continue indo nos meus show, porque o palco é uma coisa que eu gosto, ver no palco o que eu criei é muito bom.

É muito diferente fazer um show para uma plateia tão grande?

Não tem diferença. Claro que no show grande o tempo da risada é diferente, mas é a mesma coisa fazer para dez pessoas ou dez mil. Se bem que com pouca gente fico nervoso porque você faz graça para pessoas específicas. Se tem cinco sem achar graça você vê a cara deles, agora com cinco mil, quem não acha graça é contagiado.

Os shows vieram depois do sucesso no YouTube?

O primeiro show eu tinha 100 mil inscritos. Mas tive vários shows com pouco público, em Vinhedo (interior de São Paulo) deu 78 pessoas. Eu era sem graça mesmo, não sabia como fazer, mas quando você vai fazendo, melhora. Foi junto com o crescimento do canal, já comecei com meu próprio público.

Você prefere fazer humor no vídeo ou no palco?

Depende. Tem muita coisa que é engraçada na edição. Tem coisas que faço no palco, ninguém ri, e no vídeo funciona. Tem gente que ao vivo é diferente porque tem o corte, e em casa você fica sozinho, mais a vontade.

No filme Parças você faz humor com personagem, em uma ficção. Com foi?

Aprendi muito. Pelo tamanho da gente as pessoas pensam que sabemos tudo, mas a gente está aprendendo… Ficando de costas para a câmera, recebendo esporro, daí vai pegando com o tempo. O Tom Cavalcante me ensina muita coisa, depois do Parças 2(que eles acabam de filmar) ficamos ainda mais amigos. É diferente alguém escrever pra você, eu estava acostumado a fazer as minhas coisas, aí tenho que adaptar a minha linguagem, o jeito que falo. É bom ter palco, internet, TV e cinema, você vira um cara multiplataforma.

Seu show estará na Netflix. Seu humor é muito brasileiro, como acha que pessoas de outros países vão te receber?

A gente tem que acostumar eles. Temos muito isso de consumir o que mandam pra cá, e gostamos porque está todo mundo falando. Então eles também tem que ver as nossas coisas.

Você tem viajado o Brasil inteiro. Como tem sido recebido?

Por eu ser humorista tem mais a coisa de amigo. Tem que acostumar, porque às vezes é a única oportunidade da pessoa de estar ali, então ela vai ser educada? (risos) Chega e pega mesmo!

Você vê graça nas coisas que assiste?

Acho tudo engraçado. Vídeo de Whatsapp eu me acabo. Sou muito aleatório. Assisto um show antigo, de alguém que ninguém mais vê, vejo meio episódio de uma série, vejo vídeos no youtube, vejo drama, documentário, porque às vezes o humor está nas coisas sérias. Eu conto piada e acho graça, e rio junto com as pessoas. Você vai pegando coisas engraçadas em personagens até de filme de terror, como corre, como grita. As dancinhas que faço nos vídeos eu tirei de um DVD de Forró, dos dançarinos que fazem aquilo achando a coisa mais linda do mundo, se achando, e eu acho engraçado e não tem nada a ver. Então é bom assistir não só humor, mas tudo.

Como manter o pé no chão com tanto sucesso? Dá para manter uma vida normal?

Sou um ser humano, o luxo é uma coisa que todo mundo almeja. Entre viajar lá no fundo do avião e lá na frente, qual você quer? Todo mundo quer ir na frente, então se eu posso, vou lá. Então não vou deixar de comprar avião porque pode ser que não dê certo. Se não der certo eu vendo, volto para o ônibus, mas vou poder dizer “quando eu tive um jato eu voei, foi bom”. Eu entro (no jatinho) e fico “caralho, é meu”, igual todo mundo faria. Tiro foto, mostro. E as vans nunca vão acabar, estão aí para usar se precisar.

Algum dia você imaginou que teria um jatinho?

Não imaginei nem que chegaria ao 20 anos (risos). Só andava com gente errada na minha vida, meu amigos estão presos, ou aleijados, caíram de moto… Vai saber o que iria acontecer comigo, então não imaginei não.

Você tem 25 milhões de seguidores no Instagram, que acompanham sua vida. Consegue manter sua privacidade?

Consigo porque posto no Instagram o que quero. Se não estou afim, são cinco dias sem postar, sem stories, sem nada. Não tenho obrigação de postar. Meu canal sempre foi assim, não acostumei meu público com dia certo e horário. O dia que for para ter, tem. E se não tem é porque não está tendo nem pra mim, nem pra você, nem pra ninguém.

E os haters? Você tem uma relação saudável com as críticas?

Você tem que entender o lado das pessoas. Você vê um cara conseguindo as coisas, deve ser ruim para alguém que está ali tentando e não dá certo. Ele vai lá e (escreve) “sem graça”, “lixo”, mas tem muita gente que gosta, então na maioria das vezes não estou nem aí, mas às vezes eu dou uma pancadinha só para dormir bem.

Alguns influencers têm sido questionados sobre postagens antigas...

Antigamente eu pensava “estou indo tão bem, será que alguma coisa ruim vai acontecer?”. Depois fui me libertando, estou casado, tenho meus cachorros, minha família está feliz, já está bom, não tenho com o que me preocupar. Se minha vida mudar, volto para casa, faço tudo de novo, começo do zero. Todo mundo tem chance, tem oportunidade, tem gente que passa dez anos preso, sai e vira advogado, porque eu não me libertaria desse pensamento de ter medo de acharem alguma besteira que falei, e eu falei mesmo, o pensamento que eu tinha, quando eu tinha 15 anos, não tem nada a ver com o que sou hoje. Acho até engraçado ver como eu era imbecil, um cara que só pensava besteira, só falava besteira, um adolescente querendo ser engraçado, ser polêmico, então me confortei e entendi que aquele Whindersson não tem nada a ver.

Você tem uma comunicação muito direta com seu público, acha importante se desculpar quando alguma coisa dá errado?

Comediante tem muito isso de não querer pedir desculpa por uma piada, mas se ofendeu de verdade, falou uma besteira gratuita, tem que pedir desculpa. Tive a história das libras, eu estava no programa do Luciano Huck sem nada para fazer e fui brincar com libras, daí recebi um monte de DM reclamando, e me disseram que o Brasil não valoriza libras, então quando alguém influente faz, de brincadeira, as pessoas se sentem ofendidas. Foi falta de informação minha, eu não sabia. Eu pedi desculpa por não saber e me comprometi a aprender, e fiz isso, sei dizer “boa noite”, “obrigado”, aprendi. Mas aí veio um vereador que quer se aproveitar da situação e me processou por uma coisa que eu não quis ofender ninguém.

Foto: Reprodução. Siga o insta @sitealoalobahia
 

NOTAS RECENTES

TRENDS

As mais lidas dos últimos 7 dias